contos pequenos III

ANGÉLICA, A CASA E A ENCERADEIRA

A cidade estava vazia quando saiu do apartamento que dividia com a prima. Com a enceradeira numa mão e a lata de cera na outra, partiu para o novo endereço. Entrou com o sol recém posto no céu e já fazendo frestas de luz na casa que ia ser sua. E dele. Naquele nada já tão repleto, começou delicadamente a espalhar a cera. Foi assim em cada peça, em cada pedaço, em cada canto. E então, pôs-se a dançar com a enceradeira por todo o chão. Valsando, deslizando, fazendo brilhar a casa, agora que o sol já se espalhava faceiro.

No fim, quando tudo reluzia, deitou-se esparramada pela casa conquistada.

Para Maria Angélica Santos

contos pequenos II

COMO NÃO CHORAR AO DESCASCAR CEBOLAS

Separe uma tábua de madeira e uma faca afiada. Pense nos momentos tristes de sua existência. Agora, escolha aquele que toca mais fundo em sua alma. Tente relembrar cada momento da via crucis que foi esta fase de sua vida. Não tente segurar as lágrimas. Quando já estiver chorando copiosamente prepare uma cebola. Pronto.

 Para Julio Cortazar e Angela Gonzaga

MENOS QUE NADA VIRA SÉRIE RADIOFÔNICA E AUDIOFILME

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O longa-metragem Menos que nada, escrito e dirigido por Carlos Gerbase, foi lançado no dia 20 de julho passado em quatro diferentes plataformas: salas de cinema, TV, internet e DVD. Agora o filme estará disponível em mais duas modalidades: como série radiofônica e como áudio-filme.

Numa experiência inédita no Brasil, Menos que nada, passou por um processo de adaptação para se tornar uma peça exclusivamente sonora. Para tanto, Gerbase criou um novo roteiro, ao lado da atriz e professora Mirna Spritzer, com  experiência no palco, no cinema e no radioteatro. A direção, além de Gerbase e Mirna, ainda incorporou o talento do cineasta e técnico de som Rafael Rodrigues.

A série radiofônica em sete capítulos de 15 minutos, iniciou a veiculação no último sábado, 11 de agosto, em duas rádios: a Mínima FM (minima.fm), às 18h; e a FM Cultura (107.7), dentro do programa Estação Cultura (entre 18h e 19h). O áudio-filme, com duração de 105 minutos, estará disponível a partir de setembro nas livrarias, proporcionando uma nova opção no mercado crescente dos áudio-livros. A distribuição será da Multilivros.

A série Menos que nada aproveita toda a riqueza sonora do filme e ainda incorpora novos elementos, com uma estética contemporânea. E ainda, incorpora um novo personagem, que não está no filme e que aparece para contar a história.

A série radiofônica e o áudio-filme foram editados e finalizados na DDA Produções, com operação de Ernesto Candal. A edição de som (adaptada do filme) é de Rafael Rodrigues e Kiko Ferraz, que também fez locução. O som original de “Menos que Nada” é do Estúdio Kiko Ferraz. A produção é de Luciana Tomasi. A realização é da Prana Filmes.

“É só uma voz, a minha voz, cadê o coral”?

Nestes últimos dias, voltei algumas vezes ao estúdio de gravação. A voz. Adoro! O microfone, o fone de ouvido. Brinco de ser radioatriz. Sempre tive uma relação de fascínio pelo estúdio de gravação. Dizer e escutar-se ao mesmo tempo. A “solidão compartilhada” tem um tom de dramaticidade e sedução que me apaixona. Há uma atmosfera de intimidade que contradiz a situação. Ou seja, uma pessoa à frente do microfone imaginando que pretensamente fala a alguém ou alguéns que podem estar também sozinhos. E esta relação é próxima, direta. Stanislavski falava na “solidão em público”, sentimento que vive o ator ao estar em cena, só, mas perante muitos espectadores que reverberam sua energia e o fazem mais presente.  No estúdio (ou rádio), essa plateia é imaginada, presumida e, ainda assim, provoca no ator o desejo de seduzir, encantar. Bom. Muito bom!

Brechtianas

Em Porto Alegre, várias atividades preparam a chegada do Berliner Ensemble para o Porto Alegre Em Cena.

Hoje, estarei com Sandra Dani e Ida Celina numa conversa sobre Brecht e suas personagens.

Aí estamos as três numa cena de Um Homem é Um Homem!

UM OLHAR FEMININO SOBRE A INTERPRETAÇÃO

Mesa redonda a partir de Brecht
Dia 28 de junho de 2012 às 19h

com Sandra Dani, Mirna Spritzer e Ida Celina

Sala O Retrato – Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Atrizes brechtianas

UM OLHAR FEMININO SOBRE A INTERPRETAÇÃO

Mesa redonda a partir de Brecht
Dia 28 de junho de 2012 às 19h

com Sandra Dani, Mirna Spritzer e Graça Nunes
Sala O Retrato – Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
A ótica da interpretação de personagens de Brecht de três mulheres, três artistas que fazem parte da história do teatro gaúcho e que se relacionaram com este universo em momentos e conduções distintas.

Atividade do 19º Alegre Em Cena

Esperando o Berliner