Uma caixa de Quintanas

Esta semana recebi pelo correio uma caixa com as obras do Mário Quintana, agora editadas pela Alfaguara. Fiquei num alvoroço. Mesmo conhecendo quase tudo, ou bastante, me pareceu tudo muito diferente e fiquei como criança saboreando brinquedo novo. Preciso escolher alguns poemas para ler na Feira do Livro. Pois abandonei as escolhas anteriores e passei a ler como se nunca os tivesse lido. Bem bom!

E olha o aviso que recebi:

“Mas, afinal para que interpretar um poema? Um poema já é uma interpretação”.

SÁBADO, 03 DE NOVEMBRO . SALA OESTE – SANTANDER CULTURAL . 16H30

RELEITURAS DE QUINTANA.

Entendendo, desfrutando e ouvindo o texto do poeta gaúcho, com Ítalo Moriconi, Mirna Spritzer e Fabrício Carpinejar.

 

 

Triângulo

 

Ainda o Programa de Família. Delícia estar em cena com esta gente. Existe um tipo de parceria que é só da cena. Uma cumplicidade no risco, um prazer nesta estranha ligação entre os atores e com o público. Diz Peter Brook* que as pessoas que representam devem ser contadores com duas cabeças, enquanto mantém uma relação íntima entre elas, falam diretamente aos espectadores. E, ao mesmo tempo, mantém uma relação profunda e íntima consigo mesmo. Um triângulo. Eu –  meu parceiro – o público.

Sinto muito, nada mais bacanérrimo do que isto.

 

* O diabo é o aborrecimento. Lisboa, Ed. ASA, 1993.